domingo, 8 de março de 2009

Pablo Neruda

O primeiro contato que tive com Pablo Neruda foi assistindo ao filme "O carteiro e o poeta". Um filme lindo, no qual entendemos o que é a poesia e como o cinema pode ser poético. Mas o filme é do Massimo Troisi, com um dos personagens mais singelos e pungentes do cinema.

Mas no filme "Patch Adams", em um momento importante da história, o personagem título recita uma poesia que é tão maravilhosa que eu quando acabei de ver a cena fui direto para a internet tentar achar tal poema. E descobri Pablo Neruda: o poema é uma das mais belas descrições do que é amar.

Assim, quando comecei a preparar a viagem para o Chile e descobri que suas residências tinham se transformado em museu, decidi que iria conhecer as 03. E é isso que vou mostrar no próximo post. Abaixo o poema que me deixou maravilhado: é do livro "Cem sonetos de amor".

Soneto XVII
Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda

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